Quando o assunto é crianças fashionistas, as opiniões podem ser contraditórias. Apesar de eu achar uma gracinha uma criança vestida como nas fotos abaixo (e sempre parar para admirar a vitrine infantil da Zara), não posso concordar com exageros.
Não posso dizer que acho normal a pequena Suri Cruise, aos 5 anos de idade, ter sido eleita uma das mulheres mais bem vestidas do mundo pela revista Glamour, com um guarda-roupa estimado em 5,3 milhões de dólares! [Na verdade, não considero normal que qualquer pessoa no mundo - exceto a Rainha da Inglaterra (rs) - tenha um guarda-roupa estimado nesse valor, mas o fato de ser uma criança torna o dado ainda mais impactante.]
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Suri Cruise |
Em abril de 2011, uma reportagem sobre o Fashion Weekend Kids que trazia entrevista com socialites brasileiras me deixou chocada. "Eu não imagino minha filha colocando uma roupa da Renner nem pra dormir" - disse uma delas. Quando li, pensei: "Eu também não! Porque as roupas infantis da Renner são muito caras, jamais deixaria minha filha dormir com elas."
Não adianta eu tentar entender o que se passa na cabeça dessas pessoas, porque nós pertencemos a mundos diferentes. Fico imaginando que elas foram criadas exatamente como estão criando as filhas agora e, portanto, são literalmente sem-noção da realidade. Ou não. Porque a realidade delas é outra. E não é menos real que a nossa, apesar de ser para uma minoria. [Só que entender isso não me faz ficar menos perplexa com as coisas que elas pensam e falam como sendo naturais.]
Mas voltemos ao mundo dos reles mortais...
Eu adoro vestir minha filha toda bonitinha. Muito paty que sou, antes de ela nascer imaginava como estaria sempre arrumadinha e nhem-nhem-nhem.
Mas sabem qual é a realidade? É que ela precisa usar roupas confortáveis pra correr e se sujar à vontade - sem fazer a mãe chorar por ter manchado "justo aquela roupinha" [e, aliás, como mancham!]. Minha filha não usa saltinho como o da Suri na foto acima, simplesmente porque não quero que ela tenha seus movimentos limitados, problemas ortopédicos ou que tropece e se machuque. [Anjos-da-guarda de crianças já trabalham muito, não precisamos dar ainda mais serviço a eles.]
A realidade é também que minha filha tem personalidade forte [eu diria que como todas as crianças dessa geração] e os looks que ela escolhe nem sempre são os mais, digamos, coerentes. Então, simplesmente deixo que ela crie seu estilo-árvore-de-Natal. [ok, confesso que só às vezes: dependendo do lugar que nós formos, eu escolho a roupa e pronto. Sem democracia. "Sua mãe sabe mais", trecho de uma canção do desenho Enrolados, é muito cantado aqui em casa.]
Outra parte da realidade é: roupas de crianças são muito caras. E duram 6 meses, um ano no máximo! Aí aquele vestido lindo e carésimo será usado apenas uma ou duas vezes [porque claro que ela não irá em todas as festas com a mesma roupa, não é mesmo?].
Acho que o segredo da questão está, como sempre, no equilíbrio. Aos quase 5 anos de idade, minha filha é toda ligadinha em saias, vestidos, maquiagens e acessórios. Mas também fica mulambentinha em casa e na escola - e volta da casa do pai com umas combinações de roupas que... oh my god!
E é linda e feliz desse jeito, que é o que de fato importa.
Com vocês... minha princesa:
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Minha Amanda - maio/2012 (4 anos) |
No primeiro look: ela com seu A-M-A-D-O vestido da Renner (verdade!) e sandalinha transparente que está super na moda (velhinha... herdada da prima mais velha). No segundo: calça jeans (que ela não gosta e sempre reclama pra usar) e as botas que são seu sapato predileto.